sexta-feira, 13 de maio de 2011

Traduzem o amor por este chão!

Céu, Sol, Sul, Terra e Cor

Eu quero andar nas coxilhas
sentindo as flechilhas das ervas do chão
ter os pés roseteados de campo,
ficar mais trigueiro do que sol de verão.
Fazer versos,
cantar as belezas desta natureza sem par
e mostrar para quem quiser ver
o lugar para viver sem chorar.


É o meu Rio Grande do Sul,
Céu, Sol, Sul, Terra e Cor
Onde tudo que se planta cresce
e o que mais floresce é o amor.

Eu quero me banhar nas fontes
e olhar horizontes com Deus
e sentir que as cantigas nativas
continuam vivas para os filhos meus.
Ver os campos florindo e
crianças sorrindo e felizes a cantar,
e mostrar para quem quiser ver
o lugar para viver sem chorar.

flechilha: grama ou capim muito comum em

várias zonas do RS

Autor

Leonardo - J. Moreci Teixeira




Canto Alegretense

Não me perguntes onde fica o Alegrete,
segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete e
ouvirás toque de gaita e de violão.
Pra quem chega de Rosário ao fim da tarde
ou quem vem de Uruguaiana de manhã
tem o sol como uma brasa que ainda arde,
mergulhado no rio Ibirapuitã.


Ouve o canto gauchesco e brasileiro
desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro;
pedra moura das quebradas do Inhamduí.

E na hora derradeira que eu mereça
ver o sol alegretense entardecer
como os potros vou virar minha cabeça
para os pagos no momento de morrer.
E nos olhos vou levar o encantamento
desta terra que eu amei com devoção
cada verso que eu componho é um pagamento
de uma dívida de amor e gratidão.


Ginete: pessoa que monta bem, com firmeza e garbo

Tuna: qualquer cactácea (cactus)

Camoatim: vespa

Autor: Antonio Fagundes/Bagre Fagundes

 
 

Querência Amada
Quem quiser saber quem sou
Olha para o céu azul
E grita junto comigo
Viva o Rio Grande do Sul


O lenço me identifica
Qual a minha procedência
Da província de São Pedro
Padroeiro da querência


Ó meu rio grande
De encantos mil
Disposto a tudo
Pelo Brasil


Querência amada, dos parreirais
Da uva vem o vinho
Do povo vem o carinho
Bondade nunca é demais


Berço de Flores da Cunha
E de Borges de Medeiros
Terra de Getúlio Vargas
Presidente brasileiro


Eu sou da mesma vertente
Que deus saúde me mande
Que eu possa ver muitos anos
O céu azul do Rio Grande
 

Te quero tanto, torrão gaúcho
Morrer por ti, me dou o luxo
Querência amada, planície e serra
Os braços que me puxam
Da linda mulher gaúcha
Beleza da minha terra
 

Meu coração é pequeno
Por que Deus me fez assim
O Rio Grande é bem maior
Mas cabe dentro de mim

 
Sou da geração mais nova
Poeta, bem macho e guapo
Nas minhas veias escorre
O sangue herói de farrapo
 

Deus é gaúcho
De espora e mango
Foi maragato ou foi chimango


Querência amada
Meu céu de anil
Este Rio Grande é gigante
Mais uma estrela brilhante
Na bandeira do Brasil

 
(2x)

Deus é gaúcho
De espora e mango
Foi maragato ou foi chimango


Querência amada
Meu céu de anil
Este Rio Grande é gigante
Mais uma estrela brilhante
Na bandeira do Brasil

Autor: Teixerinha

O Laçador



Monumento da cidade de Porto Alegre retrata o gaúcho tipicamente pilchado. O santanense Paixão Côrtes serviu de modelo para Antonio Caringe (artista pelotense), que primeiramente o esculpiu em gesso para participar de um concurso, em São Paulo. Como Caringe venceu a escultura foi fundida em bronze e ofertada a cidade de São Paulo. Houve reinvidicação popular, e na administração de Leonel Brizola, a estátua, que originalmente possuia uma boleadeira em uma das mãos, foi comprada e inaugurada em 20 de Setembro de 1958 em Porto Alegre. Em 1991 tornou-se o símbolo da cidade.

Razões Pra Seguir - 9ªEdição de Um Canto para Martin Fierro

Volmir Coelho - Loco de Mau. Voto popular

Festival de Música Nativista Martin Fierro

Um canto para Martin Fierro é considerado um dos maiores festivais da música nativista gaúcha. Realizado todos os anos na cidade de Sant'Ana do Livramento.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Rancheira

bugio

Milonga - Flavio e Monica

Balaio

XOTE CARREIRINHA

Tirana do Lenço

As danças

Assim como os índios, os outros povos que colonizaram o Rio Grande do Sul; alemães, portugueses, africanos, espanhóis e italianos; influenciaram nossa cultura. As danças,por consequência, incorporaram essa variedade cultural.
Entre elas as mais conhecidas são:
Fandango: sapateado executado ao som da viola.

Anu: de origem portuguesa, é dançada aos pares soltos ou abraçados, com sapateado na hora da cantiga.
Cantiga oficial (antigamente):
“O anu é pássaro preto,
passarinho de verão.
Quando canta a meia-noite
dá uma dor no coração.
Folgue, folgue, minha gente,
que uma noite não é nada,
se não dormires agora
dormirás de madrugada.”

Balaio: de origem açoriana, é dançada em duelo e deve ser acompanhada de versos como estes:
“Mandei fazer balaio
Pra guardar meu algodão
Balaio saiu pequeno
não quero balaio, não
Corta, meu bem, recorta
Recorta teu bordadinho,
Depois de bem recortado
Guarda no teu balainho.
Balaio meu bem balaio
Balaio do coração
Moça que não tem balaio
Bota a costura no chão.

Dança dos facões: exige força e habilidade dos peões, é executada como se estivesse afiando facões, cada peão manuseia dois.

Tirana: de origem espanhola. É dançada com pares soltos ou abraçados.As mais conhecidas são “Tirana do Ombro”(peões e prendas tocam-se no ombro) e  “Tirana do Lenço”( peões e prendas acenam em gestos amorosos).

Bugio: Nasceu e se desenvolveu no Rio Grande do Sul, a intenção do seu criador era imitar com a gaita de 48 baixos o ronco de um animal (macaco bugio) que aqui existia.
Essa dança simbolizava o jeito simples da campanha, era dançado por todas as classes sociais, tornando-se um convite para as festanças populares.

Chimarrita: de origem açoriana, é executada em roda com os pares soltos depois abraçados, deve ser acompanhada por versos como estes:
Vou cantar a chimarrita
Que ainda hoje não cantei
Deus lhe dê as boas noites,
Que ainda hoje não lhes dei
Vou cantar a chimarrita
Que uma moça me pediu
Não quero que a moça diga
Ingrato! Não me serviu
Chimarrita, quando nova,
Uma noite me atentou...
Quando foi de madrugada
Deu de rédeas e me deixou.”

Sugestão:

O mate: Chimarrão

O mate tornou se uso obrigatório e salutar para companheiro de três pátrias. É sempre servido a um visitante num gesto de hospitalidade e cordialidade.
O forasteiro ou visitante que chega a uma propriedade rural gaúcha é saudado com “o rancho é seu”, onde o primeiro cuidado do dono da casa é preparar um “amargo” e oferecer ao recém-chegado.
Essa bebida, pelo uso generalizado, tornou-se tradicional, fundindo culturas.
Herança dos índios guaranis que aqui viviam, o mate era preparado em porongos secos (caiguá) e sorvido por um canudo de taquara (taquapi) e a água era aquecida em uma cambona de cerâmica (itacugua).
O mate passou dos índios para os conquistadores, e daí para os mestiços, crioulos, negros e povoações açorianas, para os quartéis dos Dragões às colônias de imigrantes, atravessando o tempo como algo valioso, conservando suas características e confirmando a tradição popular até hoje.
A árvore da erva mate (Ilex paraguariensis, ou ilex-mate).

O porongo fruto da porongueira ( Lagenaria vulgaris)
  
Hoje o mate é preparado em (cuias) porongo seco, a bomba é de metal e para manter a água aquecida é usada a térmica.

A vestimenta do gaúcho


Chapéu de abas largas, geralmente presos pelo barbicacho, tira de couro que firma o chapéu em dias de vento ou nas horas da lida.
Lenço usado no pescoço tem origem indígena (charrua e minuano) servia para prender o cabelo. Deve ser dobrado em triângulo e atado com nó especial.
A camisa de preferência branca é usada com as mangas arregaçadas.
Bombacha é uma espécie de calça larga e frouxa apertada nos tornozelos, geralmente enfeitada nos lados com pregas e botões.
A guaiaca é um cinto largo que serve para segurar as bombachas, tem bolsas para guardar os pertences do gaúcho (fumo, dinheiro, faca, etc.).
Tirador espécie de avental de couro macio é usado na cintura do lado esquerdo pra proteger a bombacha nos trabalhos no campo.
Bota de couro, calçado especial para andar a cavalo envolve o pé e a perna. Usada com esporas de metal para incitar o cavalo.
O pala é um abrigo leve e o poncho o abrigo para o inverno.



A Prenda

Prenda tem por significado algo precioso, insubstituível, para o gaúcho é uma forma carinhosa de se dirigir a sua companheira.
A prenda é a companheira do peão.
A prenda atual usa um vestido (ou blusa e saia) com ou sem casaquinho, liso ou com babados discretos, que bate no peito do pé. As mangas devem ser preferencialmente ¾.
Aprenda deve evitar vestidos decotados ou com ombros a mostra. Ela deve usar bombachinha, meias brancas e sapato preto. Fichu de seda com franjas ou de crochê, preso com broche ou camafeu, chale (especialmente para as senhoras).
Os cabelos devem ser semipresos, presos ou com tranças, adornados ou nao com flores que podem ser naturais ou artificiais.
A maquiagem deve ser discreta e de acordo com a idade e ocasião social. A prenda não deve usar usar brincos ou pulseiras coloridas e nem relógio.

A indumentária gaúcha passou a ser Traje de Honra, sendo divulgado  no Diário Oficial do dia 11 de janeiro de 1989.

Referencias bibliográficas
Wikipédia, a encicolipédia livre
http://www.cbtg.com.br/_sitio/diversos/mostra.php?tipo=Artigos&cod=18

terça-feira, 10 de maio de 2011

O gaúcho

Caracteriza o homem do Rio Grande do Sul, que surgiu entre o português e o espanhol, os colonizadores, e os índios senhores primitivos desta terra.
É aquele que vive do trabalho pastoril, nas lides com o gado.
Leal e corajosos, o gaucho honra a palavra dada. É hospitaleiro e gentil, recebe bem aqueles que chegam a sua casa.
O gaúcho cultiva hábitos como tomar chimarrão, comer churrasco e andar a cavalo (pingo) companheiro inseparável, tanto no trabalho quanto nas horas de folga quando participa de rodeios e carreiras.


Os hábitos do gaucho estão ligados a vida no campo:

A habilidade com o laço:


Ser bom condutor do gado ou tropeiro, ter o cavalo como amigo e companheiro.

Apreciar um bom churrasco e saborear o chimarrão.



             

Oração do Gaúcho

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial.
Vou chegando, enquanto cevo o amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernadas e repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.
Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do Céu.
Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do sol:
"Tomara que todo o mundo seja como irmão!. Ajuda-me a perdoar as afrontas e não fazer aos outros o que não quero para mim".
Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase se querer, em me solto porteira a fora... Êta potrilho chucro, renegado e caborteiro...mas eu te garanto, meu Senhor, quero ser bom e direito!
Ajuda-me, Virgem Maria, primeira prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro, Capataz da Estância Gaúcha. Pra fim de conversa, vou te dizer meu Deus, mas somente pra ti, que tua vontade leve a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu. Amém.


Autor: D. Luiz Felipe de Nadal